D Macarronada: Warfare Noise

 

 






segunda-feira, novembro 13, 2006

Warfare Noise


Os shows têm sido um encontro de velhos amigos. Algumas bandas são exatamente isso. Uma forma de encontrar sempre velhos amigos. A música continua brutal. Os ouvidos reclamam por dias, um zumbido, que é o arroto da audição. Eu me lembro dos shows quando fico em algum lugar silencioso. Parece que o eco fica. O gosto e o cheiro de enxofre ficam junto com a audição. As pernas doem de ficar em pé por horas. Mas não sei como seria perder um show desses.



Hoje em dia não acontecem coisas desagradáveis como nos velhos tempos. A coisa é mais profissional... pelo menos ao meu ver, agora longe do backstage e da passagem de som. As coisas parecem ser mais pontuais. O som é muito melhor. O equipamento é melhor. Os músicos são mais experientes. O Ivan não produz mais shows, não que eu saiba.


Outras coisas não mudam. Dinheiro parece que continua do mesmo jeito: pouco - ou - nada. O Carlão Ula-Ula continua lá. Firme e competente. O Sérgio "Cry War" Evandro nunca vai morrer. A cara dele é a mesma desde que o conheci há uns 20 anos. A Ismar não perde nenhum show e continua apaixonada pelo Cabelinho, que agora faz justiça ao apelido...poucos e curtos cabelos.


Perdi o tributo ao Sarcófago. Pena. Cheguei na hora do Chakal. Putz! Que show! Impecável até com um acidente planejado pelo Korg. Cambalhota chique demais! Luz, som e tudo funcionando bem. A guitarra do Mr. Mark arrebentando como sempre. O baixista peça rara, pronto pra selva. O Cabelo preciso e agitando pacas. O Wiz fazendo o Lapa tremer com os dois bumbos e "regaçando" as prataiadas. O Vladimir tem as manhas de incitar o pessoal, que agita de acordo! O cheiro de enxofre sobe!


O Holocausto parece que não saiu de 1986. Massa isso. Mantiveram a linha que o Valério tanto gosta. É isso ai - a idéia é essa. Massa escutar a frase "Isso é que é hardcore" - e eu respondo: "Não rapá... isso é War Metal!" :-). todos os três tocando e cantando. Bão demais. Túnel do tempo! Não escondo que prefiro a época do Blocked Minds e principalmente do Negatives...mas acho que Holocausto mesmo é a banda que tocou nesse show. Os dois discos que eu gosto poderiam ter sido de uma banda com outro nome, de tão diferente que é. Mas a doideira é no mesmo nível!

O Witchhammer entra logo depois. Preciso ver as letras do disco novo. Pelo que o Fred me falou e pelo que deu pra escutar, elas estão especialmente legais. O cover do Sagrado Inferno foi foda! O Paulinho é uma peça rara e todos o adoram. O cara é maluco naturalmente e tem carisma e simpatia com todo mundo. Ele foi assim desde sempre. Lembro de um show em 1986 ou 1987 no DCE da Federal, que tinha tipo uns 30 pagantes, no máximo - e me lembro só de uma banda com clareza que tocou naquele dia: Evoker. O Paulinho sozinho agitava e pulava em cima da única fila em frente ao palco. Ele tinha cabelo, muito cabelo - que tipo sumiu, mas não faz falta pra ele. Logo depois desse show foi que nos juntamos para o que seria o Bloodlust, renomeado depois para Witchhammer, já que havia umas 30 bandas pelo mundo afora com o nome Bloodlust. Não existia internet. Sabíamos disso por causa de uns fanzines podrera que apareciam em nossas mãos pelo correio. Ainda tenho saudades da pausa pro lanche nos ensaios. A gente ia pra padaria comer pão sovado, puro, com guaraná Del Rey. Chique! O Casito, outra peça raríssima, era magro :-). Tocava numa banda que ensaiava junto com a gente - o Dartherium. Enfim - eles se juntaram e deram continuidade ao Witchhammer depois que eu saí. E ficou o bicho! Sempre fui fã roxo! Who is fat?

O Sextrash foi o último. Não sei o que aconteceu. Acho que o cara da iluminação estava com preguiça. Ou então ele estava com só uma mão disponível. Foi ruim olhar pro palco e não ver o Oswaldinho. Foda. Mas vi o show até o fim. Fiquei esperando "Alcoholic Mosh"...bons tempos! Eu traduzia as letras pro Oswaldinho pro inglês. Elas nunca foram parar nos discos do mesmo jeito que eu traduzia. Eu o fazia com prazer, apesar da dificuldade de traduzir as obscenidades que ele colocava no papel. Lembro direitinho dos papéis, amassados ou dobrados, arrancados de caderno espiral, com uns garranchos escritos com caneta vermelha...era muito massa. O Dudu Very Crazy continua very very very crazy. É di quants? O cara tava trincando! Massa pacas!

Como no show do Slayer em setembro, voltei a lembrar os bons tempos. Isso deixa tudo mais simples. O tempo passa e o que é bom fica fácil de lembrar. Pena que nem todos os peças continuam presentes. Teve gente que morreu, teve gente que sumiu, teve gente que se mudou. Por onde andam, por exemplo, Armandinho(Sarcófago), Bigode(Holocausto), Cléber(Mutilator)...putz...tem muita gente!

1 Comments:

At quinta-feira, novembro 16, 2006, Blogger K O R G said...

pior do que o tombo foi o dudu very crazy passando a mão na minha bunda.

 

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